Depoimento de uma Peregrina na JMJ Madri - Espanha
Por Bruna Arruda
"Para mim a Jornada foi um marco! Minha vida é uma
antes, e outra depois.
A experiência de ver tantos jovens de culturas diferentes
demonstrando tanto amor pelo mesmo Deus que eu amo foi edificante para minha fé.
Ouvindo as palavras do Santo Papa nos orientando a não ficarmos paralisados
diante dos desafios do nosso tempo, me encorajou a testemunhar minha fé em
Jesus Cristo com a minha vida!
Estar na JMJ me fez repensar meu comprometimento com a
edificação do Reino de Deus na Terra. Será que tenho realmente feito meu
melhor? Tantos jovens na JMJ deram o sangue para estarem lá e para gritar que
Jesus é o Senhor. Tenho feito isso na minha vida? Tenho "vestido a
camisa" não importa onde ou com quem esteja?
Um dos momentos mais fortes para mim foi no momento do
discurso do Papa na vigília. Estivemos o dia inteiro debaixo de um sol
escaldante (mais de 30º) esperando o grande momento, e quando chegou... caiu
uma tempestade Tinha tudo para ter acabado alí. Bentão, velhinho que é, poderia
ter dado um jeitinho de sair da chuva e proteger a sua saúde. A multidão (2,5
milhões) poderia ter desanimado, entrado nas barracas, dado um jeito de se
defender da chuvarada braba.
Mas não foi isso que o que aconteceu. O Papa simplesmente
não quis sair dalí, ele quis ficar com os jovens. E quanto aos jovens, quanto
mais chovia, mais se ouvia os gritos a plenos plumões "No pasa nada,
estamos con el Papa", e o já básico "Beeeeeeeeenedicto" seguido
de palmas. Jovens que tinham cadeiras, subiram nas cadeiras, giravam
camisetas,.. parece que a chuva os instigava a lutar mais para demonstrar amor
ao Papa, a Cristo e à Igreja. Nunca vi cena igual.
Ainda por cima, no meio de tudo isso, eis que um sacerdote
francês que estava ao meu lado, se levanta, (tentei oferecer minha sombrinha
para ele, que até hoje não entendi se aceitou ou não, não entendi nenhuma
palavra, rs) tira uma partitura (isso mesmo) da bolsa e a segura para um jovem
que estava ao seu outro lado ler e tocar seu TROMPETE! Sim, chuva, trompete,
partitura, Padre, jovem, Papa... tudo isso junto! O rapaz começou a tocar o
hino da Jornada, e parecia não perceber a chuva molhava seu instrumento ou a
partitura. Ele agitou ainda mais a galera! Começamos a cantar o hino juntos! De
cima da sua cadeirinha de plástico ele estava tentando com o melhor que ele
tinha para oferecer, sua música, testemunhar o que queria dizer o tema da JMJ
“firmes na fé, enraizados em Cristo”.
De fato, este episódio da chuva, para mim, demonstrou o que
tem acontecido no mundo nos últimos tempos, e o que nós, cristãos, católicos,
estamos chamados a fazer. O Papa está aí, estamos nós também, e com certeza a
tempestade não passa. A Igreja é atacada de todos os lados o tempo todo. Como
nós iremos reagir? Iremos entrar nas nossas barraquinhas e fingir que não temos
nada a ver? NÃO! Vamos pegar nossos trompetes e camisetas e subir nas cadeiras!
Vamos falar à todos que existe o Salvador, que existe um céu, que a Igreja é
viva, jovem, firme e forte, e que se estamos enraizados em Cristo, nada poderá
nos separar do seu amor e acabar com a nossa felicidade. Assim, na verdade, a
tempestade pode se tornar oportunidade de vitória!”
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