sábado, 19 de janeiro de 2013

Coluna Diácono Souza

19 de janeiro de 2013 - A Fé

Parte 3 - A Fé de Maria

O evangelista Lucas apresenta-nos Maria como exemplo e espelho da fé. Quando o anjo chega até ela e lhe anuncia que deveria dar à luz um filho, que será chamado Filho do Altíssimo, ela acredita no anjo. Zacarias, o homem e sacerdote, não acreditou na mensagem do anjo. Maria, contudo, mostra-nos como se processa a fé. Ela confia no anjo. Trava uma conversa com ele. Nós pensamos hoje que também acreditaríamos se descesse um anjo alado até nós.
Mas não podemos imaginar a aparição do anjo de maneira tão simplória e evidente. O anjo pode ter sido uma pessoa que prometeu alguma coisa a Maria. Pode também ter sido um impulso interno que brotou na calma do recolhimento de Maria, ou um sonho que lhe sobreveio. A grandeza de Maria está em não menosprezar essa voz suave do anjo e não tê-la afastado com argumentos racionais. Ela confiou nessa voz. Tomou a sério a voz e procurou entende-la. Ela objetou à voz do anjo: “Como será isto, se eu não vivo com um homem?”  Mas o anjo contra argumenta: “Para Deus nada é impossível”.  A estas palavras Maria se entregou à vontade de Deus. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”. Maria coloca-se à disposição de Deus. Ela se entrega aos desígnios de Deus, sem saber o que isso iria significar para ela. Com fiando na palavra do anjo, ela se põe a caminho e sobrepassa as montanhas da dúvida, dos temores e dos preconceitos para visitar sua prima Isabel. Isabel elogia sua fé: “Feliz aquela que creu, pois o que foi dito da parte do Senhor será cumprido”.
Para Lucas, Maria é o exemplo das pessoas que crêem. Ela crê nas palavras de Deus que o anjo lhe anunciou. Zacarias não acreditou e por isso ficou mudo. Maria acredita e começa a cantar. Seu júbilo se traduz no Magnificat: “Minha alma engrandece o Senhor” . Ela confia no Deus que revoluciona todos os comportamentos e padrões humanos, que exalta os humildes e cumula de bens os famintos. É o Deus que olha para sua humilde serva de Nazaré fez nela coisas maravilhosas. “Doravante todas as gerações me chamarão bem aventurada”. Torna-se evidente nestas palavras como a fé em Deus lhe dá também autoconfiança. Ela, que nada tem a exibir, confia, no entanto, que as gerações futuras vão chamá-la de bem-aventurada. A verdadeira grandeza nos vem de Deus. Mas compete-nos estar sintonizados  com tal grandeza.
A fé de Maria confirma-se após o nascimento de seu filho, ao guardar em seu coração tudo o que ouve dos pastores e do velho Simeão sobre a criança e refletir sobre isso. Ter fé não significa entender logo o que aconteceu, mas guardar, pensar nele, até que um dia o sentido fica manifesto.

Fonte: Amselm Grun.


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